A resposta - ou - 2009 vem aí...

Explicando: ano passado eu namorei por curto tempo (mas inteeenso...) o meu melhor amigo. E ele disse pra minha família inteira que ia casar comigo. E meus pais estavam PULANDO de felicidade pq amavam ele. E meus irmaos adoRARAM, pq amavam ele. E ele era um pai pro meu filho, que adoraaava ele (e já era super acostumado com ele, por ser meu melhor amigo). E ele me fez arrumar as minhas malas e as do meu filho e me mudar pra casa dele. Só que quase no fim desse processo, ele surtou. Amarelou, mesmo. E aí o que foi que ele fez? MERDA. Da BRABA. E me magoou muito, e magoou meu filho (que até hoje pergunta "mae, cadê o tio ***?"), e magoou meus pais, que nao querem nem ver a cara dele pintada de ouro, e magoou uma de minhas irmas, a quem ele mesmo chamava de irma também; a F*. Pois é. Tristao.

E o que eu aprendi disso foi: crianças, nao tentem fazer isso em casa. Porque simplesmente nao dá certo e estraga tudo, pra sempre. Pois bem. Terminamos SUPER escrotamente (culpa dele, claro, porque homem é tudo palhaço), isso foi em Julho de 2007 e eu NUNCA MAIS falei com ele, desde a briga fatal. Eis que hoje chega um e-mail DELE, no meu inbox, com o título "2009 vem aí". Piada velha, sem graça, que só mostra como o Brasil está uma merda e o brasileiro segue comendo cocô, feliz da vida, torcendo pra chegar o feriado, e achando isso tudo o máximo. "Además", reafirma a minha teoria de que ele, em algum momento, de alguma forma, mesmo que a mais imbecil de todas, ia tentar se comunicar comigo. Nao deu outra. Respondi, claro. Mas apenas uma partezinha bem pequena da dor que eu sinto até hoje e juro que nao é recalque. Por que se fosse, eu teria xingado até a décima geraçao anterior à avó dele. É dor mesmo, o que eu sinto. Mágoa. Porque ele era meu amigo de verdade - ou pelo menos era isso que eu achava.

Segue a resposta. Preciso desabafar isso.

"Eu ia achar este e-mail "engraçadíssimo" se tivesse recebido QUALQUER tipo de contato seu, o cara que era o meu melhor amigo, desde que a gente terminou daquela forma HORRIVEL.

Só pra sua informaçao, doeu E DÓI ATÉ HOJE, PACARALHO, eu nunca esqueci o dia que saí da sua casa e NUNCA MAIS soube de vc. Doeu e dói até hoje... Entendeu? DÓI, cruelmente.

Uma coisa que eu queria ter dito é que nao doeu perder o namorado. Doeu perder o amigo. E eu rezei dias e dias pra vc me procurar e dizer "Porra, AMIGA, desculpe se eu te magoei. Esqueça tudo e... sejamos amigos novamente!". E se vc tivesse feito isso, eu teria ficado menos triste e teria passado por cima de tudo. Porque antes de te amar como homem, eu te amava como MEU AMIGO.

Nem sei porque eu estou dizendo essas coisas agora. Eu cheguei à conclusao de que vc nao merecia absolutamente NADA vindo de mim, sentimento NENHUM, simplesmente porque a minha amizade nao teve um pingo de importancia pra vc. Pelo menos nao o suficiente pra vc me dizer qualquer coisa, uma palavrinha só, ou um "foi mal", principalmente quando eu, ainda na sua casa, te pedi: "nao vamos terminar assim, a gente é amigo!" - e vc me enxotou do quarto da sua irma aos berros dizendo que "porra será que vc nao entendeu que eu nao quero mais falar com vc?"

Entendi, sim senhor. E desde entao eu venho "fingindo" que vc nunca existiu antes na minha vida. Se é que isso é possível...

Mas nada disso importa mais, nao é mesmo? As outras mil coisas que eu tinha pra te dizer, vou continuar guardando pra mim porque acima de tudo vc nem merece ouvir. Já estou indo contra os meus princípios ao te escrever isso - mas Deus tá dizendo pra mim "faz. Coloca pra fora e foda-se" - entao eu to escrevendo. Ah, e o "foda-se" é por minha conta.

E por incrível que pareça eu sinto a sua falta. Meu amigao *Fulano*. Saca assim? AMIGO, pra toda hora? Era vc. E meu amor pelo meu amigo era tao de verdade que tá aqui até hoje.

Pena que... Enfim. É isso.

Eu? Tô feliz, obrigada.

B*.

PS: eu menti. Este e-mail nao tem graça nenhuma - é uma vergonha, isso sim. Governo de merda desse país. Hmpf."

Entao, foi isso... Acho que só faltou um "...e por favor nao me responda", mas se ele for sao o suficiente, nem vai ser doido de me escrever de volta. Pronto, falei.