Wednesday, June 03, 2009

"A esperança se foi"

Essa parada do aviao da Air France foi muito escrota. Eu quase tive um treco porque achei que um dos meus melhores amigos estava no vôo. Chorei copiosamente a segunda-feira INTEIRINHA. Horrível. Depois chorei de novo porque descobri que ele NAO ESTAVA no vôo, chorei de felicidade e de alívio. E depois chorei mais ainda quamdo ele me ligou pra dizer que "EU TE AMO, MINHA AMIGA. OBRIGADA PELO SEU CARINHO. DAS CENTENAS DE PESSOAS QUE ME MANDARAM RECADOS E E-MAILS, NINGUÉM ME TOCOU TANTO COMO VC. NINGUÉM SE PREOCUPOU NEM SOFREU TANTO POR MIM. VOU TE VER NA DINAMARCA MÊS QUE VEM. PRECISAMOS ESTAR JUNTOS MAIS VEZES.". E eu chorando até hoje, mesmo. Mas a MERDA é que DE FATO tinha uma pessoa do meu 'meio' daquela bosta de aviao. O Pedro - na foto, está acima, à esquerda.


Pedro era bem mais novo que eu, mas estudou a vida INTEIRA com a minha irma. E uma das irmas dele tb. E eu passei a minha infância brincando na casa do Bisavô do Pedro. Dom Pedro sei lá das quantas? Pois é, esse mesmo. E eu cresci brincando na fazenza do TIO do Pedro, com as PRIMAS do Pedro, e na casa do OUTRO tio do Pedro, com os OUTROS primos do Pedro. Alguns da minha idade, outros da idade da minha irma. E do Pedro. E eu estou triste. Muito triste.

O original está aqui. E que Deus abençoe A TODOS. Aos que nao tinham nada a ver com isso, aos que conheciam pessoas no vôo (vários amigos meus conheciam), aos que perderam o aviao, aos que compraram a passagem ERRADA (como o meu amigo Holandês, graças a Deus!), aos familiares de todas as vítimas dessa tragédia horrível, e agora, PRINCIPALMENTE, que ele cuide dos que se foram neste desastre. E do Pedro...

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Dom Antônio de Orleans e Bragança, pai de Pedro Luiz, que estava no voo 447, diz que a família busca consolo na oração depois que os destroços do avião foram encontrados

(MARTHA MENDONÇA)

"Pedro Luiz de Orleans e Bragança, quarto na linha sucessória do trono brasileiro, era um dos passageiros do voo 447.

Pai do príncipe Pedro Luiz de Orleans e Bragança, que estava no voo 447 da Air France, Dom Antônio de Orleans e Bragança disse a ÉPOCA que toda a família está unida e rezando, o que tem confortado a todos. O filho, de 26 anos, havia passado dez dias visitando pais, irmãos e tios no Brasil e voltava para Luxemburgo, onde trabalhava há dois anos.

ÉPOCA – Como está a família diante desta perda? (porra q pergunta IMBECIL!)
Dom Antônio de Orleans e Bragança – Conformados. Somos católicos de muita fé e respeitamos a vontade de Deus. Estamos rezando muito e isso tem nos ajudado muitíssimo. Muitas pessoas, em horas de sofrimento como esta, questionam erradamente a bondade de Deus. Penso que meu filho era bom demais, e talvez por isso Deus tenha o chamado para perto mais cedo. O problema é a saudade, que é muita.

ÉPOCA – Como o senhor soube do acidente?
Dom Antônio – Tenho o costume de ligar a televisão para ver notícias assim que me levanto. Na segunda de manhã não foi diferente. Já trocando de canal, vi uma informação pela metade sobre um problema com avião da Air France. Mas não sabia origem e nem destino. Num outro canal, fiquei sabendo que era Rio-Paris. Preocupei-me duplamente, já que, além de meu filho, que tinha partido no voo das 19h30, minha sobrinha Alice tinha ido no voo anterior, de 16h40. Quando soube que era o de Pedro Luiz, chamei a mãe dele. Pedi que ela se sentasse e contei que o avião estava desaparecido. Ela é uma pessoa extremamente calma, mas, como mãe, era impossível que não se desesperasse. Desde então estamos acompanhando tudo. No começo tínhamos esperança de que ele voltasse. Agora essa esperança se foi.

ÉPOCA – O senhor o levou ao aeroporto no domingo?
Dom Antônio – Eu, minha esposa e nossos outros três filhos. Havíamos passado o fim de semana em Petrópolis. No domingo de manhã jogamos golfe e, coisa rara, meus filhos quiseram ficar no meu time. Depois almoçamos e descemos a serra, indo direto levá-lo ao aeroporto. Conversamos sobre o trabalho dele, que há dois anos trabalhava em um banco francês, e também, coincidentemente, sobre fé e religião. Ele me disse que estava feliz e Deus era muito importante em sua vida.

ÉPOCA – Como era o temperamento de Pedro Luiz?
Dom Antônio – Como pai, sou suspeito para falar. Mas quem conviveu com ele também dizia que era um rapaz espetacular. O chefe direto dele me telefonou da Europa para dizer que havia perdido um filho. Os amigos estão inconsoláveis. Ele gostava muito de esportes. Além de golfe e tênis, também jogava futebol muito bem. Torcia pelo Fluminense, como toda nossa família.Também gostava muito de música. Da música moderna, como todo jovem, mas também da clássica, o que era uma fator de união muito grande entre nós. Ele viajava de carro pela Europa ouvindo música clássica e muitas vezes me telefonava e colocava o celular perto da caixa de som para que eu ouvisse o que ele estava ouvindo. Era muito bonito. Vou sentir muita falta disso."

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AAAI COMO DÓOOOOIIII!!! ='(

1 comment:

Karen said...

Ai Brau, querida...
Me senti triste ao ler seu post, e saber do quanto meus probleminhas se tornam pequenos diante da tristeza de uma perda como essa. Eu DEFINITIVAMENTE não sou boa lidando com a morte. É algo que me tira todas as forças e palavras. Não sei bem o que dizer, além de que vou pedir a Deus, pra confortar teu coração e o de todas as pessoas direta ou indiretamente atingidas por esse acidente tão triste. Acredito que nem tudo que acontece é vontade dEle, mas tudo é PERMISSÃO dEle. E se assim foi - por mais triste e sem explicações que seja - é assim que deveria ser. O destino nos reserva surpresas ruins também, infelizmente. Ninguém nunca suprirá a falta, ninguém nunca preencherá o lugar. Mas que a saudade daqui um tempo, seja uma saudade boa, uma saudade bonita, e não triste e doída como agora. E tudo que eu quero e espero.
Me lembro de ter visto o rosto desse Pedro na tv. E prestei atenção mesmo por dizerem que era o sucessor de D.Pedro 'não sei das quantas'. Ver a história de cada pessoa terminada ali, me tocou e me chocou muito. Acho acidentes injustos, PRA MINHA JUSTIÇA HUMANA. Mas como eu disse, Deus sabe de todas as coisas, e é nEle sim, a explicação mais óbvia e verdadeira pra tudo isso. Que Deus te abençoe, minha linda. E muito obrigado pelas suas palavras no meu último post. Fico muito feliz por ter você 'ao meu lado'. Já tinha lido Eclesiastes, mas li novamente. A verdade é que devemos olhar pro ALTO, e o que o resto venha de consequência. Te gosto demais, beijos.