Friday, April 14, 2006

As pulgas dormiram - ainda bem.

Viu, eu sabia que ainda voltaria aqui hoje - só que o hoje (que era ontem à noite no meu último post) já virou amanhã (que agora na verdade é hoje...), porque já são 4 e cacetada de la matina. Deu pra entender? Enfim.
Eu me conheço... Sabia que iria voltar do ensaio amarradona e entraria aqui pra falar sobre... Só não sabia que seria TÃO amarradona assim. Foi maravilhoso tocar aquelas músicas de tão antigamente, da mesma forma, com os mesmos cantores. Os músicos mudaram mas, what the hell, a alma daquilo alí sempre foi o Cacá - que é o lead vocal. E a Bødil com ele sempre, claro. E eu de quebra, haha. Que trio, cara. A gente se entende sem precisar de uma palavra sequer, a coisa funciona redonda, é maravilhoso, puta conexão. E feeling também. Tem mais uma menina no baking vocal, a Bia. Eu não a conhecia. Parece gente fina. Quieta, na dela. Pude sentir que ela é meio insegura. Tipo, ela e Bø cantando juntas, ela acaba seguindo a voz da Bø ao invés de entrar num outro tom... Isso que é o legal do backing, você fazer da voz O INSTRUMENTO meeesmo, e cantar num acorde, cheio, encorpado. Só que ela não consegue. Conversamos, amanhã vamos ensaiar de novo e mais cedo vamos passar só voz - falamos pra Bia que cantasse da maneira que ela se sentisse mais segura. Eu entro sozinha em outro tom, sem grilos, tava legal do jeito que foi hoje. Eu já fui mandando as terças na voz, ficou ótimo. Só que esse lance da Bia nem dá pra criticar - e também, quem sou eu pra fazer isso... Me vi nela, alguns (12) anos atrás. Exatamente quando comecei a cantar com eles. Eu não tinha nenhuma experiência mais profunda na música, a minha banda até então era a do colégio, com meus melhores amigos. E das meninas, NINGUÉM cantava. Assim ficava fácil pra mim, era muita chinfra. Mas com a Bø, não. A começar porque ela é 10 anos mais velha que eu - quando se tem 17 anos isso faz uma BOA diferença. E ela tem uma voz que eu AMO, canta muito. E eu, claro, me sentia intimidada de certa forma. Me sentia uma coisa assim meio nadinha, perto dela. Mesmo que elogiassem minha voz, ou qquer coisa, eu tinha total consciência da minha "verdice" perto dela. Mas legal que isso me impulsionava, me fazia querer crescer e aprender com ela o que eu podia. Sempre a admirei muito. Engraçado, né? 12 anos se passaram sem que eu pusesse os pés naquela casa, naquele estúdio, e hoje, quando entrei lá, me senti em casa, safe and sound, sabe? Foi ótimo isso, me deu uma mega auto-confiança, estava segura e tranquila. Delícia, essa sensação. E as músicas fluíiiiiiam... Eu ainda lembrava todas as letras, a hora de cantar, o que cantar, como... Saí de lá me sentindo LEVE. E incrivelmente FELIZ. Estava no meio de pessoas que me conhecem MUITO e que me amam exatamente por eu ser assim, desse jeito. Os 12 anos não mudaram em nada a nossa relação, o carinho, a cumplicidade, a sintonia. Maravilhoso isso.
Agora, pensando com os meus botões, eu entendi: encontrei um pedaço de mim. Estava no meu lugar-comum. Onde eu sou UMA DAS peças do ambiente. Foi importante isso. Acho que vai me ajudar e catar as outras partes que ainda estão espalhadas por aí...

2 comments:

Mythus said...

Devagarinho eu vou lendo tudinho... mas só queria comentar uma: um guri de 13 anos marcando encontros pro pai? O.o Acho que vc tem melhor futuro com o nórdico lá!

:^D

Mythus said...

só um PS
Você é muito bonita. Gostei da foto. Vai ver que foi por isso que o cara atirou todas as munições pra "conquistar" ;)