Monday, April 24, 2006

A menina, o cara e as coisas que o dinheiro não paga.

Certas coisas no mundo NADA paga, bicho. NA-DA.

Imaginem vocês que a menina namorava esse cara, ok? Eles foram muito importantes na vida um do outro - quando se juntaram, ela havia se separado, com um filho pequenininho, e ele estava se separando de um casamento de 10 anos. Certo. Não se pode dizer que um usou o outro, nem nada disso; eles se gostaram mesmo. Só que como esses relacionamentos de hoje em dia parecem ter prazo de validade, como me disse esta pessoa uma vez, um belo dia a coisa ficou ruim e eles acabaram terminando. Um dia antes do reveillon de 2005. Pois bem. O cara passou as 3 primeiras semanas após a data do término ligando pra ela TODOS OS DIAS, dizendo que não esquecia, que ainda a amava muito e blablabla, mas nem pensar falar em voltar. Eu, particularmente, acho (certeza aliás) que ele fazia isso pra prendê-la, sabe, com medo de que ela o esquecesse. E ele conseguia. A menina sofriiia, coitada. Mas era fim-de-semana e ela resolveu sair com as amigas. Rio de Janeiro bombando sábado à noite, Baixo Leblon clássico, Pizzaria Guanabara e tal, elas sentam numa mesa na parte de fora. Ocá. Ela decide dar aquela espiadinha básica no bar do outro lado da rua - o Diagonal. E nem se surpreende quando vê o ex, sentado...

- Peraí! Com uma LOIRA, COMO ASSIM BIAL???
- Aaaaah não, é só a "Fulana". São amigos. A gente passou inclusive o Natal juntos, todo mundo, na casa do "Cicrano", mó get together maneiríssimo, muito vinho, dvd de shows, coisa de músico né...
- Ahn, sei.
- comenta a amiga1.

Amigas 2 e 3 só olhando. Sabiam que isso poderia não acabar muito bem. Mas imagina, ele ligava pra ela todo dia, tinha ligado ONTEM, chorava, uma coisa de dar pena, então ela tinha certeza que ele estava apenas chorando as mágoas e...

- Ih... tô vendo tudo. Ó lá o sorriso. Esse papo tá animado demais.
- ... -
amigas 1,2 e 3.
- Cara... Ela tá apoiando os cotovelos na mesa... Tá chegando muito perto... Puuuuuuuuuuuuuuuta kiu pariu, beijou. ELES SE BEIJARAM! Como assim, ele e a "Fulana"?!?!

Detalhe, a “Fulana” saía direto com o casal, mesmo grupo de amigos. Mas a menina nem pensou - atravessou a rua, puxando a amiga 1 pela mão e foi lá, determinada. Se depois ela falasse que contaram, ele diria que era mentira. A amiga 1 disse que ela esperasse outro beijo pra então ir até a mesa. OK, ela estava esperando. Mas o cara levanta e vai ao banheiro. A menina, BOA NO QUISITO IMPROVISO, “tomba” SUPER sem querer com ele e diz, “surpresa”:

- Beltraaano! Você por aqui?!
- Oooiii... T-t-tudo bem? –
ele responde, completamente AMARELO.
- Tuuudo, claaaro... Aquela ali na mesa com você é a "Fulana"?
- Eeeeeeeerrrrrr... É! Isso, a Fulana...
(ele sabia que a menina ADORAVA a Fulana, então era só disfarçar que estava tudo bem)
- Ah, tá. Nossa, que beijo hein... Coisa de cinema, muito romântico mesmo... Bem, bom te ver, tchau!
– e saiu, com um sorriso enorme no rosto.

Vocês podem estar pensando “mas por quê ela fez isso?”, mas essas coisas não têm jeito, saem sem pensar e foi sinceramente a melhor coisa que ela poderia ter feito. Ela então foi até a mesa e cumprimentou a Fulana, que por sua vez ficou ROXA e gaguejava feito uma GALINHA (galinha gagueja na minha história, tá?). Atravessou a rua, sentou na sua mesa com as amigas e ficou só de longe, vendo o cara esticar o pescoço a noite inteira procurando por ela, claramente tenso. Isso sem comentar que o balde de água fria nos 2 pombinhos (mas não era galinha? Ah, whatever) foi tão grande que os 2 mantiveram uma distância considerável, praticamente 2 estranhos sentados juntos. Lindo.

Um ano e lá vai fumaça se passou - tempo este em que o cara continuou com as ligações, e-mails, MSN e afins, atrás da menina. Isso tudo ainda namorando a GALINHA, digo, a Fulana. Mas a menina conheceu muita gente durante este tempo, descobriu que as águas gélidas dos países nórdicos guardam um povo pra lá de CALIENTE e que ela tinha cultivado uma grande simpatia pelos Vikings. E ela simplesmente esqueceu o cara. Tinha sim, mas apenas, um grande carinho pelo amigo que ele havia se tornado, não importando as suas segundas intenções e nem muito menos os seus recalques. A verdade é que o cara descobriu que a Galinha (digo, a Fulana), apesar da pompa, das penas voadoras e de todo o seu descolamento, não era nem metadinha da sua menina. E percebeu a grande merda de troca que ele fez. Bem feito pra ele.

A menina curtia.
O cara insistia.
A Galinha (digo, Fulana) cacarejava. E toma-lhe na cabeça. Sim, porque apesar da menina cagar generalizadamente na cabeça do cara, eu acho que é uma espécie de traição isso, sim. Ah, fala sério. Enfim.

Pois num sábado não muito distante do mês de Abril de 2006, teve uma festa. Festa temática, anos 80... Festa de aniversário da amiga 4. E a amiga 4 avisou à menina que o cara tinha ligado perguntando se poderia levar a Fulana (digo, a Galinha hahaha). O que a amiga 4 ia fazer, deixou, né? Tudo bem. E a menina foi, e as amigas 5, 6, 7, 8 e várias outras amigas foram também, vários amigos, etc etc etc. Situaçãozinha estranha, sim, mas a menina já havia encontrado o casalzinho inúmeras vezes e tirava isso de letra, PIECE OF CAKE mesmo, cagaaava, o cara dava a mó trela pra ela, a Fulana-galinha ficava toda tensa, era lindo. E outro dia ele chamou a menina no MSN. E confessou que, apesar de já ter terminado com a Fulana-cocó, ele teve medo de que a menina fosse acompanhada do Viking-norueguês com quem ele SABIA que ela estava saindo. Ele até deu ataquezinho de ciúmes na semana anterior à festa, coisa que em 35 anos de vida ele nunca tinha feito.

Sabe o que eu acho, na boa?

Levar um pé na bunda do cara que vc AMA apesar dos defeitos, 1 dia antes do reveillón, custa caro: um MEGA PORRE no dia 31 de dezembro, uma PUTA ressaca no dia 1º de janeiro e muita, mas MUITA lágrima escorrida.

Passar o ano seguinte saindo muito, jantando fora a semana inteira cheia de novos amigos e amigas, VIP em todas as boates do Rio, custa caro pacaralho: a menina gastou uma BABA pra sair dessa fossa. E SAIU.

Agora... Quase 1 ano e meio depois, ver o cara levar marmita pra festa de gala só porque tem medo de te ver com outro... É patético. NÃO TEM PREÇO. MESMO.

Eu tenho pena é dos dois. Dele, porque parece ter feito uma péssima troca e nem cravejado de brilhantes a menina volta pra ele. E dela, porque além disso tudo, chegou lá na festa cheia de si mas esqueceu que estava NO MEIO do ninho das cobras, que burra! E eu adoooro quando a vingança vem à cavalo e você não precisa sujar as mãos. Pronto, falei.

5 comments:

B. said...

aiaiai...pq parece que a história se repete e só trocam os nomes? Aconteceu bem parecido comigo, a diferença é que não tinhamos filhos. Well...ainda bem para nós que geralmente os fdp se arrependem...e nós ficamos numa ÓTIMA!
Thanks Gos ainda há justiça no mundo! ;)

B. said...

ops...era thanks God, ok?

Daniela Rey Silva said...

Minha mãe do céu!!! História maravilhosa... pra contar pras netinhas!!! Bjs

Mythus said...

B.: Nem todos se arrependem, nem todos... Aliás, conheço um que terminou, ele insistiu em voltar (na semana seguinte), ela não quis e ele (depois de uns meses - claro) esqueceu-a de vez. ;)

Mas homem, no geral, é muito menos versátil que mulher no que diz respeito a relacionamentos.

Brau.: Domou o blogger! Nada de pontinhos! :) Eu discordo quanto ao "prazo de validade". Na verdade, um ditado deveria ser reescrito: "quando um não quer, dois não ficam", mas enquanto ambos estiverem dispostos, esse prazo não chega. E se eu tiver me iludindo, deixa eu acreditar nisso pra ser feliz, ok? ;)

Boa sorte com o viking! (ao menos é ele que tem chifres na cabeça)

Anonymous said...

HAHAHAHAHHA! Desculpa, amiga, mas eu estou morreeeeeeeeendo de rir dessa história e vc sabe MUITO bem o motivo...
Essa moça Piranh, quer dizer, Galinha, quase ganha o Oscar outro dia...
Menina...
Olha...
Putamerda...
Mas, tudo bem...
Eles se merecem.
Beijo!